"QUEM ENSINA MOSTRA QUE É POSSÍVEL...QUEM APRENDE TORNA POSSÍVEL PARA SÍ"




"QUEM ENSINA MOSTRA QUE É POSSÍVEL...QUEM APRENDE TORNA POSSÍVEL PARA SÍ"


Centro de estudos, onde aprendemos a luz da sagrada AYAHUASCA, que todos os caminhos trazem consigo a experiência necessária para chegarmos a DEUS,
Que "é" a verdade suprema e o amor supremo, só não descobre quem não percorrer.

A BARQUINHA


 Daniel Pereira de Mattos nasceu no Maranhão no dia 13 de julho de 1888, na cidade de São Luis, sendo conterrâneo de Raimundo Irineu Serra, fundador da doutrina do CEFLURIS.

Aos sete anos de idade entrou como grumete na Marinha. Chegou a Rio Branco numa fragata no tempo da Revolução Acreana, como 2º Sargento da Marinha. Terminada a revolução pediu baixa e se estabeleceu na cidade, trabalhando como barbeiro no bairro 6 de agosto, onde também residiu.

Logo após, passou a morar em um bairro próximo ao centro da cidade, conhecido até os dias atuais como bairro do Papôco. Este espaço situa-se às margens do rio Acre e era bastante freqüentado por navegantes que por ali passavam, sendo também famoso por ser uma zona de prostituição (Araújo Neto, 1995:17-18).

Sabe-se que Daniel foi um grande boêmio da cidade de Rio Branco. Bebia, fumava, fazia composições musicais que falavam de paixão, de amor e busca pela mulher desejada. Muitas vezes, em virtude do estado de embriaguês, dormia ao relento.

Homem muito habilidoso, construía e tocava violão, tendo domínio em 7 instrumentos, além de saber desempenhar doze ofícios: construtor naval, cozinheiro, músico, barbeiro, alfaiate, carpinteiro, marceneiro, artesão, poeta, pedreiro, sapateiro e padeiro. Em suas saídas, pelos bares de Rio Branco, tocava em seu violão músicas que fluíam pelos dedos e boca a paixão pela noite, pelas serenatas que embriagavam os homens de canções e cachaça.

Daniel ficou seriamente doente, com problemas no fígado, ocasionados pelo abuso do álcool. Sabendo da gravidade da enfermidade de seu conterrâneo e amigo Irineu Serra convidou-o a fazer um tratamento espiritual através do “daime”. O tratamento teve início em 1936, sendo interrompido por Daniel, quando se encontrando melhor de saúde, voltou a beber. Doente novamente foi chamado por Irineu para fazer um novo tratamento.

Daniel participou de diversos trabalhos na Igreja de Mestre Irineu, onde ajudou a musicar os primeiros hinos de Irineu. Durante os trabalhos de concentração realizados no centro, tocava seu violão, onde suas composições preenchiam o trabalho em lindas canções.

Neste período, tomou numa certa ocasião o Santo Daime e sozinho, teve uma visão em que as portas de céu se abriam e dois anjos desciam com um livro todo azul nas mãos, contendo sua missão espiritual de fundar uma Doutrina cristã fundamentada na caridade. Esta revelação já havia aparecido em duas outras oportunidades, uma delas idêntica, pois cansado e sob o efeito do álcool, adormeceu a margem de um igarapé onde teve um sonho que descida do céu os dois anjos que lhe entregaram um livro de cor azul e falavam no cumprimento de uma missão.

A visão do livro azul por Daniel pode ser encarada como o primeiro ensinamento da doutrina desta religião. Cada página deste livro foi e continua sendo instruções recebidas e essas mensagens ligam-se à cor do livro, o azul, representando o céu, de onde provêm revelações de entidades santificadas. (Sena Araújo)

Dirigiu-se a Mestre Irineu, relatou o ocorrido e foi aconselhado a cumprir o que lhe tinha sido ordenado. Instalou-se numa casinha muito simples de madeira de paxiúba e pau roliço, coberta de palha, numa área de 2.500m², no seringal Santa Cecília - atual bairro Vila Ivonete - que lhe foi doada pelo Sr. Manoel Antão da Silva, onde começou sozinho sua Missão de luz, recebendo salmos do astral. Estas canções, recebidas mediunicamente, transmitiam os preceitos e ensinamentos da doutrina cristã.

Neste espaço deu início aos trabalhos de atendimentos que designou de "Obras de Caridade". Inicialmente ficou conhecido como "Capelinha de São Francisco", por ser São Francisco um dos principais mentores da Casa. O número de freqüentadores aos trabalhos espirituais do centro no princípio era bastante reduzido. Pessoas humildes com problemas de saúde, alcoolismo e/ou familiares recorriam a Mestre Daniel com o intuito de resolvê-los.

Estes atendimentos eram realizados em crianças e adultos, principalmente os caçadores da região e seus familiares. Posteriormente, moradores da zona urbana de Rio Branco passaram a procurá-lo.

Em 1957, Mestre Daniel começou a preparar a irmandade para uma viagem que deveria fazer brevemente, já que se encontrava a algum tempo enfermo com um problema na garganta. Após o cumprimento de uma penitência de 90 dias, que ficou conhecida como "Romaria dos 90 dias" e que seria uma espécie de preparação para a "sua viagem", desencarnou no dia 08 de setembro de 1958. no interior da casinha de feitio do daime, às 18:30h, no início da romaria de São Francisco das Chagas. Seu corpo foi colocado no interior da igreja, sobre a mesa de concreto que ainda estava em fase de construção.

Os seus trabalhos tiveram duração de doze anos e a sua trajetória na missão foi marcada do início e no final pela doença. Com a sua primeira “morte” é criado o Centro Espírita e Culto de Oração Casa de Jesus Fonte de Luz, enquanto local de preparação das pessoas para a desencarnação deste plano; a segunda “morte” foi o seu encontro com a eternidade e a continuidade da vida para os seus seguidores. (Sena Araújo)

O trabalho espiritual de Daniel pode ser resumido na ajuda às pessoas enfermas e necessitadas que o procuravam em busca de saúde e de uma palavra de fé, carinho, amor e compreensão. Pelos seus serviços prestados na Casa Franciscana, em nome da caridade e do amor ao próximo, Daniel recebeu o título de Frei Daniel.

Logo após a sua morte, Antônio Geraldo da Silva assumiu a direção dos trabalhos, em 20 de janeiro de 1959, que já tinha muitos adeptos e se chamava Centro Espírita e Culto de Oração, Casa de Jesus, Fonte de Luz. Em 1979, Manuel Hipólito de Araújo passou a dirigir o Centro e Antônio Geraldo da Silva fundou outra Igreja, com o nome de Centro Espírita Daniel Pereira de Mattos. Era só o começo da ramificação da Igreja fundada por Daniel, que já conta com alguns centros espalhados em Rio Branco e em outras cidades do país.

Daniel, Um Bom Professor
A sabedoria de Frei Daniel está escrita e pode ser testemunhada nos salmos que se cantam durante os rituais da Doutrina, onde ele preparou as bases para este grande conhecimento espiritual, obtido através de uma bebida Sacra denominada de “Santo Daime”, feita do cozimento de um cipó e uma folha que crescem na Floresta Amazônica.

Falar de Frei Daniel é falar de um amigo que está sempre presente no sacrifício e nas horas difíceis, como um bom professor, procura sempre ajudar, orientar mostrando os caminhos corretos com ordem e disciplina ao encontro do nosso Pai Criador.

Sempre louvando a Deus e a Virgem Mãe, está presente em nossa mesa de devoção em lindas explanações, falando de paz, amor, conversão e de união entre os seres e as nações. "Pede por piedade que todos se conscientizem de suas faltas, seus defeitos e mal ditos, para serem homens e mulheres de bem, feitos da glória divina, do amor, e da luz que rebrilha. Uma luz feita de caridade, de amor ao próximo e de dedicação àqueles que procuram uma ajuda ou uma saída para tantas prisões que existem no mundo material."

Este caminho ou saída é a libertação do espírito para uma elevação constante rumo ao infinito, ao conhecimento superior e aos grandes feitos do Criador. Em meio a tantas virtudes recebidas, só podemos dizer: obrigado Mestre Daniel, pelo legado, por todas às graças recebidas nestes longos e felizes anos de compromisso espiritual navegando nesta linda embarcação.